quarta-feira, 15 de junho de 2011

Quando começa a aprendizagem?


A partir de que idade devemos começar a ensinar nossas crianças?

A educação escolar deve começar bem antes dos 6 anos de idade, que é quando a nossa legislação torna obrigatória a freqüência da criança na escola. A Educação Infantil é uma fase essencial da aprendizagem. Já nessa fase a criança deve entrar em contato com o conhecimento. As creches ou escolas de Educação Infantil não devem ser simplesmente “depósitos de crianças”.

A escola é o lugar onde acontece a transmissão de conhecimento e as escolas de Educação Infantil não devem fugir desse papel. O professor de Educação Infantil deve conhecer as fases de desenvolvimento da faixa etária com a qual trabalha e estimular ao máximo seus alunos para que construam seus conhecimentos.

Jean Piaget nos fala que desde o nascimento até o 18º mês de vida, a criança busca adquirir controle motor e aprender sobre os objetos físicos que a rodeiam. Esse estágio se chama sensório-motor, pois o bebê adquire o conhecimento por meio de suas próprias ações que são controladas por informações sensoriais imediatas.

Quando lemos histórias para crianças de 1 ano, por exemplo, já a estamos alfabetizando. No estágio pré-operatório, que dura do 18º mês aos 8 anos de vida, a criança busca adquirir a habilidade verbal. Nesse estágio, ela já consegue nomear objetos e raciocinar intuitivamente.

Filhos de pais analfabetos têm mais dificuldade de se alfabetizar do que crianças que vivem em ambientes que estimulam a leitura e a escrita.As fases de desenvolvimento determinam como a aprendizagem deve ser trabalhada. Em especial, na Educação Infantil, as brincadeiras devem prevalecer. É através desses jogos educativos que a aprendizagem deve ocorrer.

Devemos estimular ao máximo nossas crianças com atividades lúdicas que proporcionem a construção de diversas áreas do conhecimento. Quanto mais estimulada for a nossa criança, mais estimulação cerebral ela formará. E quanto mais nova for a criança mais facilidade ela terá em ser estimulada, quanto mais velha for a criança mais lentamente serão criadas essas conexões neurológicas. Um adulto cria conexões neurológicas mais lentamente que as crianças.

Devemos, porém, ter muito cuidado para não sobrecarregar nossas crianças com atividades, gerando, ao invés da aprendizagem, um grande estresse, rompendo dessa forma, o elo com a aprendizagem.

ENSINAR E APRENDER

ResumoO presente trabalho apresenta um panorama entre as ações de ensinar e aprender, bem como os comportamentos que podem trazer benefícios para estas práticas. Trata-se de uma exposição sobre os envolvidos no processo de educação e o contexto atual, expondo a importância das intervenções no âmbito escolar, suas implicações e benefícios. Buscando esclarecer o crescente fracasso escolar que impõe uma mudança na postura dos envolvidos na escolarização.

Por meio de busca em base de dados, pôde-se verificar uma vasta literatura que aborda as questões de ensino e aprendizagem além de, encontramos diferentes definições, envolvendo ideias como: condições para adquirir um novo conceito; ou ainda fatores que, se presentes, aumentam a probabilidade do sujeito desenvolver uma ou outra área do conhecimento. Neste sentido, destacam-se os comportamentos que podem beneficiar o ensino, a aprendizagem ou o desempenho cognitivo do indivíduo, podendo incluir atributos biológicos e ambientais do sujeito e/ou da família, bem como fatores da comunidade.
Segundo Rohde, Dorneles e Costa (2006), na realidade brasileira não é função da escola promover programas específicos de auxílio aos estudantes com dificuldades de aprendizagem.  Contudo, tal intervenção é possível, por exemplo, considerando um conjunto de fatores pedagógicos que podem influir em diferentes segmentos envolvidos na educação, tais como: professores, métodos, recursos e sistema.
No cenário atual a democratização do ensino aparece enquanto um importante fator na ampliação de oportunidades educacionais. São incluídos entre as modalidades de sucesso escolar: a comunicação entre pais e profissionais envolvidos na educação – que abrange o suporte de profissionais clínicos aos professores quando for o caso; suporte teórico – que é essencial para o entendimento do desenvolvimento; e prático – auxiliando na resolução de conflitos que vão ocorrendo. Tal suporte deve ser solicitado pelos professores, no caso de não haverem demais profissionais envolvidos.
Rohde (2004) ressalta que intervenções no âmbito escolar são importantes, além de destacar, a  necessidade de estratégias destinadas aos professores para que possam auxiliar o aluno com questões que o levem a apresentar dificuldades de aprendizagem. Em vista disto, o autor entende que algumas vezes se faz necessário um suporte psicopedagógico, pois este pode, inclusive, atuar na organização e planejamento das questões escolares.
Ao falar sobre aprendizado, Pozo (2004) destaca que vivemos em uma sociedade da aprendizagem, e que, aprender constitui-se uma exigência social crescente; que nos conduz ao paradoxo de cada vez se aprender mais e, cada vez se fracassar mais na tentativa de aprender. Em relação à sociedade, existem cada vez mais crianças com dificuldades de aprender o que exigem delas, o que, em termos educacionais, costuma ser tratado com um fracasso escolar.
Nestas circunstancias, entende-se que fatores vinculados ao ambiente no qual o individuo faz parte pode corroborar para resultados mal-adaptativos. No entanto, a demanda do fracasso escolar vinculado ao social, impõe que se aprenda de outra maneira no âmbito de uma nova cultura de aprendizagem. Os fatores essenciais da educação, para atender as exigências dessa sociedade seriam a capacitação de manuseio e, aquisição direcionada do conhecimento. Habilidades sociais, sucesso na vida escolar, auto-conceito positivo, competência intelectual, práticas educativas parentais saudáveis e suporte social são exemplos do que uma nova cultura da aprendizagem pode promover.
Considerando diferentes formas de aprender, é preciso buscar a capacitação de novas ideias para ensinar, é preciso perceber que a diversidade no âmbito da aprendizagem, exige não só um novo perfil de aluno como também de professores e demais profissionais que reflitam a partir de suas concepções de atividades, autonomia, orientação social positiva, auto-estima, preferências, etc.; características que contribuem para coesão de pensamento, afetividade e ausência de discórdia e negligência no percurso da educação além de fontes de apoio individual ou institucional disponíveis para a criança, educadores e a família - relacionamento do aluno com pares e pessoas de fora do contexto familiar, suporte cultural, atendimento individual como atendimento médico, psicopedagógico, psicológico, etc.
De acordo com Canário (2006), a escola carrega consigo ter sido concebida para ensinar grupos homogêneos de alunos o que a priva diante da crescente heterogeneidade dos públicos escolares. A escola, no sentido de coletivo, precisa aprender a se basear no contexto local, partindo das experiências, e fazendo a interação de todas as diferentes formas de aprendizagem, fazendo-se um local de trocas nos papéis de ensinar e aprender.
Percebe-se a importância de discutir as diferentes formas de aprender e as ferramentas utilizadas para este ensino. Neste sentido, faz-se necessário que os profissionais que atuam junto à escolarização tomem conhecimento de cada um desses fatores, a fim de aguçar ações que levem ao benefício da educação formal. Contudo, cada profissional tem a responsabilidade de intervir, valorizando a aprendizagem, ou incluindo recursos informais presentes na vida das pessoas, promovendo, assim, a habilidade dos indivíduos de resolução de problemas e de fomentar seu desempenho cognitivo, além de aumentar a auto-estima dos mesmos.
Referências
Canário, R.(2006) O prazer de aprender. Porto Alegre, Brasil: Pátio. Revista Pedagógica, v.X
Pozo, L. I. (2004).A  sociedade da aprendizagem e o desafio de converter informação em conhecimento. Pátio. Revista Pedagógica, v. VIII
ROHDE, L. A. ; DORNELES, B. V. ; COSTA, A.(2006) . Intervenções escolares no transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. In: Rotta, N. T. ;Ohlweiler,
Rohde, L.A.; Halpern, R.Transtornos de défict de atenção/hiperatividade: atualização. Jornal de Pediatria, v.80, n2, 2004. Supl


Psicopedagoga, Esp. em Transtornos do Desenvolvimento, Bacharel em Psicopedagogia Clínica e Institucional (Psicopedagoga)- UNILASALLE- Canoas, Especialista em Transtornos do Desenvolvimento – UFRGS

COMO APRENDEMOS.........


O FUNCIONAMENTO DO CÉREBRO
 NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM...



Em decorrência dos avanços das pesquisas neurológicas e estudos realizados por neurocientistas; é curioso conhecer o funcionamento do cérebro e sua plasticidade; que mesmo sofrendo traumatismos, tem condições de reconstituir-se na busca da construção do conhecimento humano.


Afirmam os pesquisadores, que o cérebro é uma entidade material localizada dentro do crânio, que pode ser visualizado, tocado e manipulado. E ainda que, é composto de substâncias químicas, enzimas e hormônios, que podem ser medidos e analisados. Que seu funcionamento depende de neurônios, os quais consumem oxigênio, trocando substâncias químicas através de suas membranas. Pesquisas recentes mostram que o crescimento de novos neurônios, ou seja, “os neurogenese”, também acontece no hipocampo que é uma região do cérebro fortemente ligada à memória e a aprendizagem humana. Segundo a Dra. Henriette Van Praag, do Instituto Salk (San Diego, Califórnia, Estados Unidos), os ambientes enriquecidos e estimulados com recursos materiais, prática de exercícios físicos e uma boa nutrição influenciaram no desenvolvimento da memória e na aprendizagem. Pesquisas médicas atestam que o desenvolvimento do cérebro ocorre mais rápido nos primeiros anos de vida da criança. O desenvolvimento sadio do cérebro atua diretamente sobre a capacidade cognitiva. Quando ativado para funções como a linguagem, a matemática, a arte, música ou atividade física que facilitam para que as crianças desenvolvam seu potencial e sejam futuros adultos inteligentes, confiantes e articulados.

Experiências realizadas com ratos pela Dra. Marian Diamond, neuroanotomista americana, demonstram que os animais criados em gaiolas cheias de brinquedos tais como bolas, rodas, escadas, rampas entre outros, desenvolveram um córtex cerebral em um maior número de células nervosas. Embora ainda não existem evidencias diretas, como os experimentos realizados com ratos, presume-se que o mesmo acontece com os seres humanos.

Segundo as pesquisas realizadas afirma-se que o cérebro divide-se em dois hemisférios e que o temperamento de cada pessoa tem relação direta com a utilização desses hemisférios. As pessoas que apresentam o lado esquerdo mais desenvolvido são tendentes a usarem de forma adequada a lógica, a matemática possuindo habilidades para planejar e organizar suas ações. Já que é o lado mais intuitivo do homem. Por isso são introspectivas, amorosas, delicadas e mais racionais.

O lado direito do cérebro é responsável pela imaginação criativa, a serenidade, a capacidade de síntese, a facilidade de memorizar. As pessoas que utilizam mais esse lado do cérebro possuem habilidades para analisar esquemas e técnicas em oratórias.

Para que a memória funcione adequadamente no processo de informação; faz-se necessário a busca da integração entre os dois hemisférios, equilibrando o uso de nossas potencialidades. Como se processam muitas informações diárias o cérebro acaba seletivo, guardando apenas informações que o impressione desenvolvendo a capacidade para fixação dos fatos.

Manter ativada a atenção é de suma importância, visto que, normalmente o ser humano distrai-se com facilidade.

Alguns pesquisadores sugerem que se recorra à música, pois o uso de uma música apropriada diminui o ritmo cerebral, contribuído para haver uma equilibração no uso dos hemisférios cerebrais. Enfatizam ainda que a música barroca, especialmente o movimento “largo” propiciam um bom aprendizado.

Diante dos estudos realizados pelos pesquisadores conclui-se que torna-se necessário estimular as áreas do cérebro objetivando auxiliar os neurônios a desenvolverem novas conexões; educar as crianças desde a mais tenra idade em um ambiente enriquecedor, estimulando a linguagem falada, cantada, escrita criando um clima estruturado com afetividade diversificando positivamente as sensações, com a presença de cor, de música, de interações sociais, e de jogos visando o desenvolvimento de suas capacidades cognitivas e memórias futuras; favorecendo assim o seu processo de aprendizagem.

Nesse sentido observa-se que devido às inúmeras pesquisas desenvolvidas sobre o cérebro no processo de aprendizagem, verifica-se que cada indivíduo possui diferentes potenciais de inteligência. E que ela não é fixa, já que todo ser humano possui habilidade para expandir e aumentar sua própria aprendizagem. Segundo Rogers, o aluno deve ter desejo de aprender e o professor como o facilitador do aprendiz deverá ser o motivador da aprendizagem. Apreciando, escutando e respeitando o estudante, criando um estabelecimento de vínculo positivo confiando na capacidade de crescer e aprender do aluno.

Por fim, a escola tem um importante desafio, que é o de aproveitar o potencial de inteligência de seus alunos para conquista do sucesso no processo de aprendizagem. Os professores são os principais agentes, através do desenvolvimento de projetos de interesse para a realidade do ensino e aprendizagem. Quando compreendem que aprendizagem envolve cérebro, corpo e sentimentos adotam uma ação mais competente levando em conta a influência das emoções para o desenvolvimento na construção do conhecimento. Já que, segundo Eric Jensen, somos mais seres emocionais do que seres cognitivos.

Fonte: Psicopedagogia on line